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Grande abraço e boa leitura!

"Um livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive."
(Padre António Vieira)


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Partes do projeto "Valores: conhecer e incentivar sua utilização no cotidiano"

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Título: valores: conhecer e incentivar sua utilização no cotidiano
Escola: Centro de Apoio Sócio Educativo – CASE
Professoras responsáveis: Dioneida Martins Pereira Vitoria, Elisangela da Silva Soares Pereira, Marelaine Echevenguá Machado, Patrícia Padial Kley
Disciplinas envolvidas: Português, Temas Transversais e Artes.
Temas abordados: Valores.
Mídias disponíveis para integrar: Power point, máquina fotográfica, televisão, DVD, filme em DVD, folha xerocopiada, jornais, revistas e história em quadrinhos.
Município: Jaguarão
Órgão a que se vincula: SEDIH
Endereço: Estrada da Charqueada, 1225.
Professoras responsáveis pelo projeto: Dioneida Martins Pereira Vitoria, Elisângela da Silva Soares Pereira, Marelaine Echevenguá Machado, Patrícia Padial Kley.
Público alvo: Crianças na faixa etária entre 07 a 10 anos.


JUSTIFICATIVA:
O presente projeto tem por finalidade resgatar as virtudes que devem ser ensinadas para o bom convívio social e propiciar aos alunos um ambiente no qual se respeita as diferenças e valorizam-se as diversidades. E com isso, diminuir a distância entre o discurso e a prática cotidiana.
O currículo escolar é construído por meio de várias visões explicitas, porém, para, além disso, é sabido que existe o currículo oculto, o qual tem as suas idéias implícitas que influenciam, incentivam e principalmente mudam o comportamento dos sujeitos.
Conforme Brasil (2006):
Nesta relação manifesto/oculto, podem circular idéias que reforçam comportamentos e atitudes que implícita ou explicitamente podem interferir, afetar, influenciar, e/ou prejudicar a aprendizagem escolar dos/das discentes. Estas podem remeter a preconceitos, intolerâncias e discriminações enraizadas e que estão ligados às relações de classe, gênero, orientação sexual, raça, religião e cultura. (p.57)
Como o nosso país possui múltiplas diversidades e todos nós convivemos cotidianamente com as diferenças, faz-se necessário que se desconstruam certos padrões que consideramos NORMAIS e assim, aprendamos a respeitar e valorizar o diferente, pois ser diferente não é ANORMAL.
Para tanto, buscaremos articular as disciplinas: Português (trabalhando com a criação de histórias em quadrinhos, leituras, caça-palavras e montagem de um livro); Artes (realizando recorte, pintura e colagem do livro, além dos rostos que expressarão o estado de espírito que a criança se encontrará no dia da atividade; Temas Transversais ( escolher alguns valores e explicar qual seu significado e sua aplicabilidade em situações do cotidiano de cada aluno/a, enfatizando a importância de sua utilização).
Sendo assim, buscamos embasar nossa justificativa para aplicação deste projeto nos Parâmetros Curriculares Nacionais destacando um trecho da página 32: “considerar atitudes, normas e valores como conteúdos, requer uma reflexão sobre sua natureza e sua aprendizagem”, pois acreditamos que o diálogo e a valorização de se utilizar os valores como prática social deva ser uma realidade.
Destacamos ainda, que uma instituição de ensino deva ser um dos locais onde haja espaço para a discussão, reflexão e aplicabilidade de temáticas relacionadas à valores para que ocorra de fato uma transformação de posturas e atitudes, levando em conta os fatores culturais e ressaltando sua importância. Pois como é destacado no PCN página 34, “as dimensões culturais respondem a padrões de identificação coletivos que são importantes, são o ponto de partida do debate e da reflexão educacional”.
Por meio dessas reflexões pretendemos contribuir para uma educação formadora de cidadãos que respeitem e valorizem as diversidades e a cultura, permitindo que eles tenham clareza nos seus atos e possam perceber que nem tudo que está imposto é verdadeiro. Dessa forma, pretendemos construir sujeitos que não se deixem influenciar por uma educação opressora, alicerçada a preconceitos e convenções.

OBJETIVO GERAL:
Favorecer a ampliação de valores necessários ao desenvolvimento humano.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Oportunizar as reflexões e atitudes proporcionando o bem-estar das pessoas que nos rodeiam;
• Desenvolver a capacidade de valorizar a si próprio;
• Desenvolver a confiança em si mesmo, a autonomia e a responsabilidade;
• Compreender a importância de ter amigos/as e respeitá-los/as;
• Perceber que é necessário cumprir regras sociais;
• Respeitar as diferenças e ao próximo;

METODOLOGIA:
O projeto foi pensado para ser executado em cinco dias letivos, de segunda a sexta-feira, no turno da manhã. A faixa etária dos alunos compreende entre sete e dez anos. As aulas serão ministradas pelas quatro professoras e as atividades escolhidas contemplam os valores, o respeito ao próximo, a honestidade, o companheirismo, a amizade, as diferenças, entre outros.
Dentre as atividades escolhidas para serem executadas nesse projeto podemos destacar: filme da Turma da Mônica, montagem uma história em quadrinhos, montagem de um livro, desenvolvimento de atividades como caça-palavras, ordenação de letras, confecção do mural “eu sou diferente de você”, dinâmica das flores, reflexão a partir de um texto que fala de um cantor oriundo de uma família humilde, mas com uma infinidade de valores e apresentação da sua música, entre outras. A ordem das atividades e as mídias a serem utilizadas constam no quadro denominado etapas.

RESULTADOS PARCIAIS E ESPERADOS:
Espera-se que os alunos consigam alcançar o maior número de objetivos possíveis conforme o projeto vai sendo desenvolvido, assim como, possa se perceber modificações comportamentais com relação aos mesmos.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação deverá acontecer no desempenho das atividades de forma contínua. Haverá intervenção da professora todas as vezes que se apresentarem dificuldades com relação às metas para que o projeto possa alcançar o maior número de objetivos propostos com o maior número de alunos. Esperando assim preencher algumas lacunas na aprendizagem dos alunos.

CRONOGRAMA:
Dias trabalhados Atividades a serem realizadas
Recursos a serem
Utilizados Mídias utilizadas

15/08 2 fº • Realização da dinâmica como eu estou?, apresentando os rostos confecionados em papel colorido e pardo;
• Explicação da importância de se utilizar os valores em todas as situações cotidianas;
• Apresentação do filme a Turma da Mônica
• Realização da dinâmica das flores (conforme anexo 1);
• Flores de cores e formas variadas;
• Filme Turma da Mônica.
• Papel colorido e pardo.
• lápis de cor,
• lápis de escrever preto,
• borracha. • Mídia material impresso: texto contendo a dinâmica das flores, Plaquinhas com valores e seus respectivos significados;
• Mídia Televisisva: Televisão, DVD, Filme em Dvd.
• Mídia fotográfica: Máquina fotográfica para registrar alguns momentos do projeto e realização das atividade.

16/08 3ºf • Acróstico,
• Sou generoso,
• Amor liberta,
• Dinâmica da bala.
• Folhas xerocopiadas,
• balas,
• lápis de cor,
• lápis de escrever preto,
• borracha. • máquinha fotográfica,
• folhas xerocopiadas.

17/08 4ºf • Plaquinha dos valores,
• Dinâmica da amizade,
• Eu sou diferente de você,
• Dinâmica do balão.
• Folha xerocada
• Plaquinhas com valores e significados;
• lápis de cor,
• lápis de escrever preto,
• borracha. • Xerox,
• máquinha fotográfica

18/08 5º f
• Montagem do livro de historinha “O patinho que queria falar”, com recorte e colagem,leitura e interpretação.
• Montagem do mural “ Eu sou diferente de você “
• Atividade do dicionário dos valores.
• Historia impressa, tesoura e cola, grampeador.
• Jornais ,revistas, tesoura,cola,cartolina e canetas coloridas.
• Folhas xerocadas.
• Dicioários, cola, tesoura, florzinhas de EVA.
• lápis de cor,
• lápis de escrever preto,
• borracha. • Material impresso: Livro de historinha.
• Jornais e revistas.
• Xerox
• máquinha fotográfica

19/08 6ºf • Apresentar a biografia de Miltom Nascimento e a música “Canção da América”
• bingo sobre valores,
• Padaria bolachinha da amizade.
• Papel xerocopiado com as carteas do bingo.
• Bolinhas de EVA,
• Ingredientes para fazer a bolachinha,
• letras de EVA. • Aparelho de som, CD, folha xerocopiada com a música de Milton Nascimento,
• Máquinha fotográfica,

REFERÊNCIAS:
Brasil, Ministério da Educação / Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais.Brasília: SECAD, 2006.

Educação e direitos humanos. Acesso em: 09. ago. 2011. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/redes/caboverde/educar/guia_pre_esc.htm

MESSEDER, Hamurabi. Conhecimentos pedagógicos: Construtivismo. Eu vou passar, 2011. MP4 / NTSC, 15 min. color. Som e imagem.

PCN Temas Transvresais Ética. Acesso em: 09. ago. 2011. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/39441891/PCN-TEMAS-TRANSVERSAIS-ETICA

Sugestão de atividades para Projeto Valores. Acesso em: 09. ago. 2011. Disponível em: http://trocandoideiaspedag.blogspot.com/2009/02/sugestoes-de-atividades-para-o-projeto.html

Turma da Mônica. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=UO-sPrXSOc0

Dinâmica da bala:http://www.classicvale.com.br/dinamica/pacote01.htm

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:

DINÂMICA DAS FLORES
A professora chega na sala de aula com um ramalhete de flores diversificadas e alegremente fala: "Hoje trouxe flores para cada um de vocês! Mas por que será? Vamos, antes, conversar sobre a beleza que cada uma destas flores possui. João, que beleza você vê na margarida? E você, Gisele, fale-nos o que há de bonito na camélia..." Após toda exploração, a docente distribui as flores no meio do círculo de crianças e fala: "As flores são como as pessoas. Uma é diferente da outra. Existe a flor vermelha, a branca, a flor comprida, a baixa...mas todas são flores e possuem a sua beleza. Existe a pessoa gorda, magra, alta, baixa...mas todas são pessoas e possuem a sua beleza." Nesse momento a professora pode refletir alguns valores como: respeito, a amizade e compreensão e solicitar, então, que cada aluno escolha uma das flores para levar para casa como marco dessa reflexão.


IMAGENS DE ALGUMAS DAS ATIVIDADES

Cartaz "Eu sou diferente..."


Padaria "Bolachinha da amizade"


Livro "O patinho que queria falar"


Mural "Eu sou diferente de você"


"Dicionário dos valores"

sábado, 22 de outubro de 2011

Educação Infantil

"..a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança sendo por isso, indispensável à prática educativa".
(J.Piaget)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Artigo retirado da Revista Mundo Jovem

Paulo Freire e a reinvenção do ato educativo

Hoje, mais que em outras épocas, se exige do educador uma postura alicerçada num processo permanente de reflexão que leve a resultados inovadores no trato da educação. Sem dúvida, as contribuições de Paulo Freire levam o educador à consciência de si enquanto ser histórico que continuamente se educa num movimento dialético no mundo que o cerca. Não é, pois, por acaso que as ideias freireanas se articulam com os interesses na formação do educador, pois, não se perde de vista o caráter histórico do homem associado sempre à prática social.

Paulo Freire, Pernambuco, nascido em 1921, no Recife, contribuiu como poucos na reflexão do homem e seu compromisso com a sociedade. Este movimento de ser homem é pensado no seu percurso reflexivo que permite ser objetivado na medida em que, é passível de chegar aos espaços de formação de educadores, quer na formação inicial, quer na formação em serviço, a fim de torná-los capazes de transformações necessárias às práticas educativas e pedagógicas.

Nesse sentido, as ideias freireanas servem como orientação para o processo de formação docente no que se refere à reflexão crítica da prática pedagógica que implica em saber dialogar e escutar, que supõe o respeito pelo saber do educando e reconhece a identidade cultural do outro.

Educação Problematizadora x Educação Bancária

Freire não se limitou a analisar como são a educação e a pedagogia, mas mostra uma teoria de como elas devem ser compreendidas teoricamente e como se deve agir através de uma educação denominada Libertadora. Para ele, educação é um encontro entre interlocutores, que procuram no ato de conhecer a significação da realidade e na práxis o poder da transformação.

Entende-se por pedagogia em Freire a ação que pode e deve ser muito mais que um processo de treinamento ou domesticação; um processo que nasce da observação e da reflexão e culmina na ação transformadora.

Em oposição à pedagogia do diálogo, Paulo Freire desnuda a concepção bancária de educação; é uma crítica à educação que existe no sistema capitalista, alicerçada nos princípios de dominação, de domesticação e alienação transferidas do educador para o aluno através do conhecimento dado, imposto, alienado.

Em uma das suas principais obras: Pedagogia do Oprimido (1983), Paulo Freire discute essa concepção: onde o educador é o que educa; os educandos, os que são educados; o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem; o educador é o que pensa; os educandos, os pensados; o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados; o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos.

Este desnudamento serve de premissa para visualizar o poder do educador sobre o educando e como consequência à possibilidade de formar sujeitos ativos, críticos e não domesticados. Como se vê, a opressão é o cerne da concepção bancária. Para analisar esta concepção que se fundamenta no antidiálogo, Freire (1983) apresenta características que servem à opressão. São elas: a conquista, a divisão, a manipulação e a invasão cultural.

O “método Paulo Freire”

Apesar da insistência com que se fala, às vezes, nessa história do chamado “método Paulo Freire”, eu tenho a impressão, talvez um pouco imodéstia agora, que se trata muito mais que uma certa compreensão geral da educação, de uma maneira de praticar educação do que necessariamente de um método. A questão vai além do método (Freire, 1979). Paulo Freire era um pensador, bem além de seu tempo e como tal não se limitava a métodos. Para ele a educação estava além dos métodos e antes e acima de tudo era um ato político. Para ele o dado fundamental de todas as coisas do mundo é o diálogo, o método é secundário, o diálogo para ele é o sentimento do amor tornado ação.

O que Freire propõe não é apenas um método mas uma compreensão geral acerca da educação, da maneira de se praticar a educação. Esta compreensão é claro tem haver com prática e esta prática tem haver com um método, o método está contido nesta compreensão geral acerca da educação, mas o que Freire nos propõe esta muito além do método, está nos questionamentos acerca da própria educação, que para ele está na e fora da escola, da forma que hoje esta se coloca para os educandos onde quer que estes estejam. Por se referenciar também na fenomenologia Freire está sempre em busca do conhecer do mergulho empático na cotidianeidade do educando como fator essencial na construção do currículo.

A Pedagogia do diálogo e o ato de liberdade

Paulo Freire sempre esteve à frente de seu tempo e apesar de se referenciar no marxismo e na fenomenologia existencial, ele não se limita às mesmas, de forma alguma essas funcionam como uma camisa de força para este educador visionário. Criando um pensamento pedagógico único e totalmente original, suas ideias se espalharam pelo mundo através de seus escritos. Ele não separava a educação e a política. Para ele a educação é um ato político. Para Freire “a leitura da palavra deve ser inserida na compreensão da transformação do mundo” (Freire, 1989), ou seja, ao se viabilizar a leitura da palavra, o educador estaria ao mesmo tempo levando o educando a ler o mundo, isto para ele é um ato político, pois está ligado a mudanças políticas e sociais.

Paulo Freire acredita que o dado fundamental das relações de todas as coisas no mundo é o diálogo. O diálogo é o sentimento de amor tornado ação, o diálogo amoroso, que é o encontro dos homens que se amam e que desejam transformar o mundo.

Segundo Freire, o diálogo não é só uma qualidade do modo humano de existir e agir. O diálogo é a condição desse modo, é o que torna humano o homem. O relacionamento professor aluno precisa estar pautado no diálogo, ambos se posicionando dos sujeitos no ato do conhecimento numa relação horizontal. O autoritarismo tradicional que permeava a relação da educação tradicional precisa ser banido para dar lugar à pedagogia do diálogo. Contudo esta relação horizontal não acontece de forma imposta, ela ocorre naturalmente quando educando e educador conseguem se colocar na posição do outro, tendo a consciência de que ao mesmo tempo são educandos e educadores.

Na pedagogia do diálogo insere-se também o conceito de educação para Freire, onde ninguém sabe tudo, ninguém é inteiramente ignorante. A educação não pode ser diminuidora da pessoa humana, precisa levar à redenção. Por isso uma educação que reprime não é a que redime. Para Freire nós nos educamos em comunidade. Sua busca era por uma educação comprometida com os problemas da comunidade, o local onde se efetivava a “vida do povo”. A comunidade para ele era o ponto de partida e de chegada.

Portanto, a Educação é um processo permanente, ela não se esgota nos minutos de cada aula, não se prende aos muros escolares, exatamente porque não acontece exclusivamente na escola. Segundo Freire, nos educamos a vida inteira até o momento da morte para ele se constitui num ato educativo.

Bibliografia

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 17.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
____________. Pedagogia do Oprimido. 13.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
Márcio Balbino Cavalcante,
Professor de Geografia e Coordenador de Projetos Educacionais da
Secretaria Mul. de Educação do município de Passa e Fica, RN.
Endereço eletrônico: cavalcantegeo@bol.com.br
artigo disponível em: http://www.pucrs.br/mj/artigo-paulo-freire-e-a-reinvencao-do-ato-educativo.php Acessado em 21/10/11 às 22:05 horas

Educação é tudo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Resenha

RESENHA ORIENTAÇÕES E AÇÕES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
LICENCIATURAS
Rosana Batista Monteiro

Este trabalho tem por objetivo orientar, de acordo com a legislação em vigor, a todos os profissionais da docência ou que estejam ligados à educação para enfrentarem os diversos desafios que surgem no desempenho da profissão, e, principalmente, no que se refere ao racismo.
“A publicação da Lei 10.639/2003, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da educação para incluir no currículo oficial a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”, assinalam o quadro de intenções da parte do Estado brasileiro em eliminar o racismo e a discriminação racial. A partir da III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Correlatas de Intolerância, realizada em Durban, África do Sul, de 31 de agosto a 7 de setembro de 2001, esse procedimento é mantido, sendo o Estado brasileiro signatário da Declaração e do Plano de Ação resultantes desta conferência.” (SECAD, 2006, p.18)

As formas de currículo das instituições se diferenciam de acordo com o local, o espaço e o território onde se desenvolvem, assim como o da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, na educação básica, na educação especial e no EJA. Essas diversidades acarretam maneiras variadas de trabalhar na educação. Nesse sentido pretende-se a produção de conhecimentos que busquem a formação de atitudes, valores e posturas que eduquem cidadãos dos mais variados grupos étnico-raciais. A meta de tais políticas é o direito dos negros e demais cidadãos poderem freqüentar escolas de qualidade.
Os profissionais da área da educação devem adquirir competências e habilidades para desempenharem um bom papel enquanto profissionais. Precisam conscientizar seus educandos sobre as injustiças e preconceitos que se estabelecem de forma rígida e repressora. Sendo assim, pretende acabar com o sistema que agrava as desigualdades e gera a injustiça ao sustentar-se por critérios de exclusão fundados em preconceitos estabelecidos pelos dominantes.
As políticas publicas de educação visão reparações, reconhecimento e valorização da identidade, da cultura e história dos negros, porém dependem de condições físicas, materiais e afetivas para o ensino e a aprendizagem. Os alunos negros e não negros precisam ser valorizados, apoiados e reeducados. Pois depende da reeducação entre negros e brancos o que se designa por relações étnico raciais.
As diretrizes para a educação e a escola é a de que a educação entre negros e brancos deve impor aprendizagens que reeduquem ambos, tendo como base a valorização da cultura do grupo discriminado, marginalizado, tendo a escola que assumir o papel de espaço democrático de produção e divulgação de conhecimentos e de posturas para uma sociedade justa.

REFERÊNCIA
Ministério da Educação / Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais Brasília: SECAD, 2006.




Para refletir...

FRACASSO ESCOLAR
         Sabemos enquanto educadores que a educação se dá dentro de um contexto social, ao qual estamos inseridos. A escola não é uma instituição isolada e nem a única responsável pela aprendizagem dos seus alunos. Ela conta com a família, com o meio em que o sujeito está inserido, tipo de sociedade e cultura. Portanto, ela não deve tratar seu aluno como uma folha em branco, que será preenchida a partir daquele momento de inclusão escolar.
            O fracasso escolar é uma realidade que está presente no cotidiano das escolas. Diante dessa verdade, é relevante que o professor reflita sobre a sua própria prática. A aprendizagem é um processo de construção, que deve partir dos conhecimentos prévios do aluno e da interação com o seu meio. Sendo assim, o professor deve ter o cuidado de utilizar uma metodologia que vá de encontro com a realidade de seus alunos, pois dependendo do meio que a escola estivar inserida, os alunos terão necessidades de aprendizagens diferentes.
            Diante de tal contexto, é preciso rever a metodologia, a avaliação, a dosagem de informação transmitida às crianças, a estruturação das turmas e etc. São vários os fatores que contribuem para o fracasso escolar. Quando uma criança apresenta dificuldade para aprender, é necessário que haja uma investigação do por que ela apresenta tal dificuldade? Como é sua interação com os colegas? Qual é sua trajetória familiar? O que contribui para que a criança não tenha interesse por determinado assunto, ou, pelas aulas no geral? Será que as aulas do professor estão sendo atrativas? Será que elas trazem o aluno para perto daquilo que o professor quer ensinar?
            Essas indagações são muito importantes que o professor faça, antes de excluir um aluno, ou encaminhá-lo para uma escola de ensino especial, já que na maioria das vezes a criança apresenta uma dificuldade e não uma anormalidade. E uma dificuldade pode ser corrigida pelo próprio professor, com a metodologia certa, contando com recursos e apoio pedagógico, pois sozinho ele não vai conseguir desempenhar seu trabalho. É preciso que haja uma interação da escola, professor e aluno, para que juntos trabalhem, e, sendo assim, possam sanar ou diminuir esse déficit na educação.
            Durante a minha experiência no estágio da educação infantil, tinha um menino que eu não conseguia fazer com que ele ficasse quieto, era muito agitado! Ele só se interessava pelas dinâmicas que movimentassem o corpo, as outras atividades ele não acompanhava. Se tinha que pintar um desenho ele começava e não terminava, nos recortes ele cortava as figuras pelo meio, não tinha concentração, estava sempre apurado para tudo, toda hora ia no banheiro lavar as mãos, simplesmente ele não conseguia acompanhar a aula. Então o jeito era ou pedir para ele ajudar de alguma forma nas atividades, ou, a monitora ficava sempre reparando e entretendo ele para que eu pudesse desenvolver o meu trabalho. O que eu consegui descobrir sobre ele durante a semana em que estagiei é que ele e o irmão mais velho são adotados.
            Para minha surpresa nessa mesma turma tem outro menino que tem o diagnóstico de hiperativo. Quando comecei meu estágio eu tinha a preocupação com este menino, mas ele era bem mais tranqüilo que o outro que citei acima e também acompanha melhor as atividades. Já o outro acredito que precisaria fazer uma investigação para saber o porquê de tanta falta de atenção e da agitação, pois nesse ritmo ele não acompanha e não consegue aprender. 

ACADÊMICA: Elisângela Soares Pereira
CURSO: Pedagogia VIII semestre 
Universidade Federal do Pampa  
Tudo que eu devia saber
aprendi no Jardim de Infância
Robert Fulghum


A maioria das coisas que eu realmente precisava aprender sobre como viver, fazer e ser, eu aprendi no Jardim de Infância.

Sapiência não se encontrava no topo da montanha das escolas de pós-graduação, mas no pátio do jardim.

Essas são as coisas que aprendi: compartilhar todas as coisas; “jogue limpo” e não bata nos colegas. Não pegue nada que não seja seu; limpe a bagunça que você fez. Coloque tudo de volta nos seus lugares. Peça desculpas quando você magoar alguém. Sempre dê a descarga e lave as mãos, sobretudo, antes das refeições. Viva uma vida equilibrada: além de trabalhar, desenhe, pinte, cante e dance um pouco todos os dias. Lembre-se também de que leite frio e biscoitos fresquinhos podem ser bons para você.

Tire uma soneca à tarde e, quando sair às ruas, cuidado com o trânsito, dêem as mãos e permaneçam juntos. Cultive a imaginação. Lembre-se da semente de feijão que a professora colocava no vaso de água. As raízes cresciam para baixo e as folhas para cima e ninguém sabia explicar por quê. Nós somos parecidos. Os peixinhos do aquário, os passarinhos da gaiola, as sementes do feijão, todos morrem também.

Recorde-se do grande e melhor conselho da época: Olhe! Olhe ao seu redor! Tudo o que você precisa saber está aí a sua volta. As regras de ouro: paz, amor, ecologia e uma vida saudável.

Imagine como o mundo seria melhor se todos tivessem um lanchinho com leite e biscoitos às 3 da tarde e, em seguida tirassem uma soneca. Imagine se fosse política nacional que todos os cidadãos tivessem que limpar a sua própria bagunça e colocar as coisas de volta em seus lugares. Imagine se todos dessem as mãos e permanecessem juntos.

Adaptado e traduzido por Paulo R. Motta

Fonte: Tudo que Eu Devia Saber Aprendi no Jardim de infância - Robert Fulghum – ed. Best Seller (ISBN 8571239045)